Em Estação Carandiru, que desde 1999 teve mais de 500 mil exemplares
vendidos, Dráuzio Varella focou seu corajoso relato na população
carcerária de um dos presídios mais violentos do Brasil. Mas os vinte e
três anos atuando em presídios brasileiros como médico voluntário também
o aproximaram do outro lado da moeda: as centenas de agentes
penitenciários que, trabalhando sob condições rigorosas e muitas vezes
colocando a vida em risco, administram essa população.
Foi com um grupo desses agentes que Dráuzio passou a se reunir depois das longas jornadas de trabalho, em um botequim de frente para o Carandiru. E essa convivência pôs o autor em contato com os relatos narrados em Carcereiros, segundo volume da trilogia iniciada por Estação Carandiru - o terceiro livro, Prisioneiras, terá como ponto de partida o trabalho do médico na Penitenciária Feminina da Capital.
Acompanhamos, assim, uma rebelião pelos olhos de quem tenta contê-la. A descoberta de que um colega está do lado dos bandidos. Um momento de solidariedade, outro de egoísmo. Um ato heroico e outro de covardia. Entramos em contato com o cotidiano dos carcereiros e as situações desconcertantes impostas pelo ofício, que eles resolvem com jogo de cintura e, não raramente, com humor.
O que emerge é um retrato franco de um mundo totalmente desconhecido para quem está de fora. Dráuzio fala também de sua própria atividade como médico do sistema penitenciário: das frustrações, dos acertos e, sobretudo, da dificuldade em conciliar uma vida tão imersa nesta realidade com a de médico particular, apresentador de programas de divulgação científica, pesquisador de plantas, escritor e pai de família.
Se há algo de comum a essas vidas - carcereiros, médico, detentos -, é a dimensão humana que nunca escapa aos relatos do autor.
Foi com um grupo desses agentes que Dráuzio passou a se reunir depois das longas jornadas de trabalho, em um botequim de frente para o Carandiru. E essa convivência pôs o autor em contato com os relatos narrados em Carcereiros, segundo volume da trilogia iniciada por Estação Carandiru - o terceiro livro, Prisioneiras, terá como ponto de partida o trabalho do médico na Penitenciária Feminina da Capital.
Acompanhamos, assim, uma rebelião pelos olhos de quem tenta contê-la. A descoberta de que um colega está do lado dos bandidos. Um momento de solidariedade, outro de egoísmo. Um ato heroico e outro de covardia. Entramos em contato com o cotidiano dos carcereiros e as situações desconcertantes impostas pelo ofício, que eles resolvem com jogo de cintura e, não raramente, com humor.
O que emerge é um retrato franco de um mundo totalmente desconhecido para quem está de fora. Dráuzio fala também de sua própria atividade como médico do sistema penitenciário: das frustrações, dos acertos e, sobretudo, da dificuldade em conciliar uma vida tão imersa nesta realidade com a de médico particular, apresentador de programas de divulgação científica, pesquisador de plantas, escritor e pai de família.
Se há algo de comum a essas vidas - carcereiros, médico, detentos -, é a dimensão humana que nunca escapa aos relatos do autor.
Iniciei a leitura e tenho certeza que vou me deliciar...
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