Com certeza, muitas pessoas devem tomar a decisão de assistir ao filme “A Teta Assustada”, da diretora e roteirista Claudia Llosa, por causa do seu título inusitado. Ele se refere a uma doença, que era muito comum entre as mulheres peruanas que foram violadas durante a Guerra Terrorista vivida no país e que era transmitida por elas aos seus filhos pelo leite materno. De acordo com os comentários, as crianças que nasciam dessas mães passavam a aderir automaticamente ao medo materno e passavam a viver uma existência toda cheia de privações.
Fausta (Magaly Solier) é um produto direto dessa realidade. Ela é uma mulher introvertida e que parece, assim como a sua mãe, colocar para fora tudo aquilo que sente através da música. No primeiro ato de “A Teta Assustada”, a mãe de Fausta, uma senhora cujo sofrimento está estampado na cara, falece e isso é determinante para tudo o que vai acontecer com a nossa protagonista no decorrer do filme. Para conseguir dinheiro para levar a mãe para ser enterrada em um povoado que tem significado especial para as duas, Fausta começa a trabalhar na casa da Sra. Aída (Susi Sanchéz) e, com isso, será obrigada a enfrentar o mundo e a sair de seu casulo.
É importante perceber que Fausta nunca tomaria essa decisão sozinha. Ela é obrigada pela tia a trabalhar lá. Porque a protagonista de “A Teta Assustada” é uma jovem completamente dominada pelo medo. Ela tem medo de cantar, ela tem medo de andar sozinha, ela tem medo de ser violentada sexualmente como a mãe foi, ela tem medo dos homens em si, ela tem medo de deixar alguém se aproximar dela, ela tem medo de lembrar, ela tem medo dela mesma – a ponto de penalizar seu próprio corpo. É especialmente contra que isso que ela irá lutar no decorrer de toda esta obra.
Um dos cinco filmes indicados ao Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro, “A Teta Assustada” chamou a atenção da indústria ao ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2009. Dirigido com sensibilidade por Claudia Llosa, o longa encontra um eixo no rosto forte e, ao mesmo tempo, melancólico de Magaly Solier. No final, esta é uma obra sobre amor (a tia de Fausta tem uma empresa que organiza casamentos para pessoas simples e vemos muitas cerimônias assim no decorrer do filme) e, principalmente, sobre o fato de que Fausta só será capaz de encontrá-lo quando ela compreender a sua própria raiz e aquilo que a define.
Gostei !!!
Sou fã de filme estrangeiro...
Um comentário:
Boa Noite!
Como sempre seu blog,me inspira.
Li o comentário que deixou recentemente em meu blog.
Fico feliz em poder contar contigo,sempre é bom somar.
Fique com Deus!
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