segunda-feira, 11 de maio de 2015


E um belo dia você lê em um grupo do Whatsapp que não sei quantos mil presidiários serão beneficiados pelo induto de dia das mães.

E no dia seguinte você que utiliza o transporte público para ir e vir, se depara em uma sexta-feira, saindo do trabalho, podre de cansada, com bolsa, dois celulares, um dinheirinho, doctos e 2 presidiários sentados ao seu lado e 3 em pé bem na sua frente.

Não tinha como sair, porque trem lotado é impossível.

E assim fui a viagem inteira ouvindo as histórias nojentas e de uma sensibilidade falida.  

Qual foi o demônio que inventou o induto ?

Qual é a finalidade ?

Pois bem, 2 possuíam aquela tornozeleira, os outros não.

A maioria estava decidida a não voltar, outros davam conselhos para cumprir os dias restantes, pois viver na clandestinidade não compensava.

Um matou, outro traficou, outro também matou e o outro roubava tudo e todos porque era divertido.

Chuva de gírias, de provocações aos outros passageiros, planos de novos roubos, de ver a família, sair para beber e conseguir uns trocados.

E eu lá no meio...

Cansada por ter trabalhado e muito, cansada por ter que pagar impostos e dividir o meu espaço com este tipo de gente e com receio de ser assaltada pela 3 vez na vida.

Lembrei de tudo o que perdi, do susto e do trauma que é ser roubada com uma arma na cabeça.

E diante de tudo isso, mais uma vez tive certeza absoluta que a sociedade faliu, que este mundo não tem jeito e que rezo diariamente para o meu filho seguir o caminho do bem, que tenha proteção acima de tudo.

Sinto nojo de tudo isso.

Que Deus nos proteja, porque não está fácil não...

Obs.: Para ajudar, todos nós descemos na mesma estação...

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